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Há poucas agências de inteligência com uma agenda mais ambiciosa do que a do Ministério de Segurança do Estado da China. O MSE é responsável pelas missões de inteligência externa e contraespionagem do governo, assim como pelos programas de segurança interna. Apesar dos relatos de tumultos internos, a inteligência chinesa tem tido inúmeros sucessos.
O diretor do MSE é Chen Wenqing, nomeado pelo Presidente Xi em 2016. (Para saber mais sobre Chen, leia este artigo.)
O governo chinês utiliza uma abordagem ampla para a coleta de informações, envolvendo tanto agências públicas quanto corporações privadas. No campo da espionagem econômica, o FBI considera a China a maior ameaça para os Estados Unidos.
Em agosto de 2020, o Departamento de Justiça dos EUA acusou Alexander Ma, um ex-oficial da CIA, de espionar para o MSE. De acordo com documentos da justiça, Ma e um parente conspiraram com vários oficiais chineses de inteligência para comunicar informações confidenciais da defesa nacional ao longo do período de uma década.
Em dezembro de 2018, promotores americanos apresentaram uma denúncia contra dois agentes do MSE por seu papel em ataques cibernéticos contra os Estados Unidos. Os homens supostamente invadiram os computadores de empresas de tecnologia como a Hewlett-Packard e a IBM, e de agências governamentais como a NASA e o Departamento da Marinha. Eles roubaram segredos tecnológicos e obtiveram acesso a prestadores de serviços, o que possibilitou invasões em larga escala na rede de fornecedores, de acordo com as autoridades americanas.
O MSE não é o único serviço de inteligência chinês. Os elementos de inteligência do Exército de Libertação Popular (ELP) também tiveram um papel importante na inteligência chinesa através de invasões cibernéticas e de penetração de inteligência humana no Departamento de Defesa dos EUA.
O governo norte-americano colocou na lista negra a Huawei, a gigante chinesa de telecomunicações suspeita de criar ou permitir brechas de segurança em seus produtos para o benefício da inteligência chinesa.
Direitos Humanos
O MSE tem um papel de liderança na vasta campanha da China de diminuir a identidade e a influência do povo Uigur na província ocidental de Sinquião. O MSE criou sistemas de vigilância e reeducação visando alcançar os objetivos do governo de controle social e assimilação étnica.
O grupo ocidental de direitos humanos alega que o MSE criou programas de trabalho forçado que colocam os Uigures para trabalhar em fábricas que abastecem marcas ocidentais como a Apple e a VW.
O MSE também figura no crescente papel da China nos assuntos de Hong Kong. Em uma carta divulgada em junho de 2020, 86 organizações da sociedade civil declararam que a proposta de lei de segurança nacional da China para Hong Kong é um ataque devastador aos direitos humanos e deve ser abandonada.
“A lei pode permitir que agências como o Ministério de Segurança do Estado e o Gabinete de Segurança Nacional do Ministério de Segurança Pública – há muito tempo conhecido por violações graves de direitos na China – operem em Hong Kong”, disse a Human Rights Watch, com sede nos EUA.
O MSE é altamente sigiloso, mas uma série de desertores ajudou a elucidar o seu funcionamento interno. Em 2017, Guo Wengui, um magnata imobiliário chinês, alegou que o ex-vice-ministro do MSE Ma Jian havia lhe passado informações privilegiadas. O incidente resultou na limpa de muitos funcionários de alto escalão de dentro da agência.